Os problemas que as fraudes podem causar a um e-commerce

Quem vende pela internet sabe que o “custo da fraude” deve estar sempre embutido no risco do negócio – afinal de contas, no caso de compras realizadas com cartões de crédito roubados, é o lojista que arca com o chargeback, o estorno, a devolução do valor da venda ao cliente que contestou aquela compra.

Hoje em dia é considerado “saudável” um e-commerce que possui uma taxa de fraude inferior a 1% do faturamento, mas este não é o único dado com o qual você deve se preocupar.

Os prejuízos causados pelas fraudes em uma loja virtual podem ir além do dinheiro ou do produto perdido. O chargeback é apenas a primeira e a mais óbvia consequência do golpe online.

Há outras “camadas” que podem comprometer muito mais que um 1% do seu faturamento ou causar danos muitas vezes irreparáveis para o seu negócio.

Por este motivo, listei os cinco principais problemas que a fraude pode causar, além do chargeback:

Você começa a ter dores de cabeça

Lidar com os contratempos causados pela fraude é complicado. Você terá que destinar (ou contratar) funcionários para resolver todos os problemas relacionados a conciliação, contestação, auditoria, recuperação e estorno.

São vários “incêndios” que surgirão em sua empresa e que precisarão ser apagados, atrapalhando a sua operação. Além disso, para proteger o seu negócio, por instinto você poderá ficar mais rígido e exigente no momento da aprovação de pedidos e acabar negando mais vendas.

Ou seja, a partir do momento em que a fraude se torna um problema mais grave para a sua loja, você gasta uma quantidade considerável de tempo e dinheiro para contornar esse “sangramento”, em vez de investir esses recursos em atividades que trarão mais receita.

Você fica sujeito a multas muito altas

Ao perceber que o seu e-commerce começou a sofrer um alto volume de fraudes, superando a taxa aceitável de 1% ou outras métricas pré determinadas, as adquirentes de cartão de crédito podem incluí-lo em um programa de chargebacks.

Por este motivo, a loja inicialmente é notificada e, se não corrigir o problema dentro de um período de tempo específico, em torno de três meses, começa a receber multas das operadoras de cartão de crédito.

Essas cobranças são feitas em dólares e são progressivas, tornando-se cada vez mais severas com o passar dos meses. Em alguns casos, o comerciante pode sofrer uma punição de até US$ 200 por cada chargeback recebido, fora outros encargos e o prejuízo das mercadorias enviadas para os criminosos que conseguiram fazer compras com cartões roubados.

Para deixar o programa de chargebacks, o e-commerce deve retornar ao patamar de fraudes considerado “aceitável” e permanecer nele por alguns meses.

Você pode ser descredenciado das adquirentes

Pois é! Se você permanecer por muito tempo no programa de chargebacks e não conseguir recuperar a “saúde” do seu e-commerce, pode perder o direito de receber pagamentos de cartões de uma determinada bandeira, ou de mais de uma.

Já pensou o estrago que isso causaria? Não é difícil calcular, considerando que a média das transações realizadas com cartão de crédito no e-commerce é de 75% e que as empresas Visa e MasterCard, juntas, detêm mais de 90% das transações.

Os bancos podem recusar suas vendas

Os bancos não possuem um programa de chargebacks, mas têm uma espécie de score para a reputação das lojas, que influenciam na taxa de aprovação das vendas que passam por essas instituições.

O aumento das fraudes impactará diretamente o score no seu e-commerce, e a sua taxa de aprovação cairá. Os bancos, para se protegerem e resguardar os seus correntistas, passarão a negar os pedidos que vierem da sua loja.

Pense: quanto maior o número de pedidos você tiver, mais relevante será o impacto desse score bancário.

O consumidor pode ter medo de comprar com você

“Meu cartão foi clonado e fizeram uma compra de R$ 1.500 na Loja XPTO, acredita? ”. Nós já ouvimos isso, e acredito que você também. Mas você já parou para analisar essa situação? Não seria esse outro dos problemas que as fraudes podem causar a um e-commerce?

A Loja XPTO foi apenas o lugar na qual o cartão clonado foi usado, e é bem provável que ela não seja a verdadeira culpada pelo vazamento dos dados. Considerando que o cliente solicitou o chargeback e será ressarcido, a Loja XPTO também se torna a maior vítima dessa história.

Mas aquele consumidor acabou tendo uma experiência tão ruim ao ser vítima de um golpe que os termos “cartão clonado” e “Loja XPTO” ecoarão por tanto tempo que é bem possível que ele tenha receio de fazer uma compra nessa loja no futuro e ter o seu cartão clonado, novamente.

Pior: ele pode compartilhar esse medo com amigos e familiares, que também pensarão na hora de finalizar a compra no seu e-commerce. Diante deste fato, a sua marca ficará desgastada junto ao consumidor, e você ainda poderá perder vários outros clientes.

E o que você pode fazer?

Diante desses fatos, a melhor maneira que os lojistas têm para enfrentar a fraude no e-commerce é prevenir-se dela. Reverter um chargeback não é uma tarefa impossível, mas muito difícil.

A solução de todos os problemas que listamos aqui também exigirão uma parcela considerável de tempo, energia e orçamento, o que atrapalhará de maneira significativa a sua operação.

Prevenir-se deste tipo de golpe consiste, especialmente, em proteger o seu e-commerce com o antifraude que mais se encaixe com as suas necessidades e expectativas.

[icon name=icon-hand-right] Leia também o artigo Fraudes com cartões de crédito em lojas virtuais

Há diversas alternativas disponíveis no mercado, inclusive tecnologias que conseguem detectar compras suspeitas por meio da inteligência artificial na análise de risco. Mantenha-se atualizado assinando a nossa Newsletter.

Tom Canabarro, co-fundador da Konduto